sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Esperar




Espera pra mim é sinônimo de agonia.
Um dia desses uma amiga, me disse: “Espera, dê tempo ao tempo”. Sinceramente, no alto da minha juventude me falta paciência para poder esperar... Aqueles minutos eternos, aquelas horas intermináveis... Aqueles dias que não passam nunca. Cansei de esperar... Não que o meu tempo esteja contado, não que eu não possa... Eu simplesmente tenho pressa. Cansei dessas esperas torturantes.. Cansei de fazer da minha cabeça um turbilhão de acontecimentos impossíveis, a espera, o tempo faz com que as coisas se afastem... O tempo nos traz expectativas, ilusões... O tempo nos leva alegrias,oportunidades, momentos... Cansei de viver com tempo... Estou com pressa, pressa de ser feliz. Pressa de viver. Ficar esperando por alguém, é a mesma coisa que viver em banho Maria... Cozinhando, Cozinhando...


M PANDOLFI

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011



Escuta aqui... Porque você não vem de uma vez e fala logo que me ama? Que também tem medo de me perder, e que cada minuto longe de mim é uma tortura...
Que você lê, e re-lê as mensagens que te envio, e que a minha foto também está no seu celular.
Que o medo que me cerca de sofrer também te atinge, e que você mesmo assim quer estar ao meu lado.
Que você lembra da data do nosso primeiro beijo assim como eu.. E que assim como eu, você acredita que isso seja de verdade.
Porque você vai embora e me deixa nessa loucura? Nessa confusão de achar que tudo acabou sempre que você vira as costas e some.
Porque você diz que vai ligar, e nunca liga quando prometeu? Porque você me beija e diz que me adora sempre que eu tento dizer que pra mim chega?
Você me controla e me descontrola. É como se você soubesse. Aliás, eu acho que você sabe, você sabe como desmoronar o meu mundo, e sabe como encanta-lo em um passe de mágicas.
Sem exatidão. Não precisa chegar na hora certa, não precisa me ligar na hora certa, apenas seja a pessoa certa, acabe com as minhas duvidas, e vem, Sem que eu precise dizer ao menos uma palavra!

M Pandolfi.

terça-feira, 26 de abril de 2011




A história mais difícil de escrever é a nossa própria, complexa, obscura, inocente ou perversa – bem mais do que são as narrativas ficcionais.
Brinquei muito tempo com a idéia de dizer “sim” ou “não” a nós mesmos, aos outros, à vida, aos deuses, como parte essencial dessa escrita de nosso destino – com os naturais intervalos de fatalidades que não se podem evitar, mas têm de ser enfrentadas.
Acredito em pegar o touro pelos chifres, mas vezes demais fiquei simplesmente deitada e ele me pisoteou com gosto. Afinal, a gente é apenas humano.
Nessa difícil história nossa, dizer “sim” ao negativo, ao sombrio, em lugar de dizer “sim” ao bom, ao positivo, é o desafio maior. Pois a questão é saber a hora de pronunciar uma ou outra palavra, de assumir uma ou outra postura.
O risco de errar pode significar inferno ou paraíso.
Também descobri (ou inventei?) isso de existir um ponto cego da perspectiva humana, em que não se enxerga o outro mas apenas um lado dele: seu olho vazado, sua boca cerrada, seu coração amargo. Sua alma árida, ah… O ponto cego das nossas escolhas vitais é aquele onde a gente pode sempre dizer “sim” ou “não”, e nossa ambivalência não nos permite enxergar direito o que seria melhor na hora: depressa, agora.
O ponto mais cego é onde a gente não sabe quem disse “não” primeiro. E todos, ou os dois, deviam naquele momento ter dito “sim”.
Viver é cada dia se repensar: feliz, infeliz, vitorioso, derrotado, audacioso ou com tanta pena de si mesmo. Não é preciso inventar algo novo. Inventar o real, o que já existe, é conquistá-lo: é o dom dos que não acreditam só no comprovado, nem se conformam com o rasteiro.
Nosso drama é que às vezes a gente joga fora o certo e recolhe o errado. Da acomodação brotam fantasmas que tomam a si as decisões: quando ficamos cegos não percebemos isso, e deixamos que a oportunidade escape porque tivemos medo de dizer o difícil “sim”.
O “não” é também um ponto cego por onde a gente escorre para o escuro da resignação.
O ponto mais cego de todos é onde a gente nunca mais poderá dizer “sim” para si mesmo. E aí tudo se apaga. Mas com o “sim” as luzes se acendem e tudo faz sentido.
Dizer “sim” a si mesmo pode ser mais difícil do que dizer “não” a uma pessoa amada: é sair da acomodação, pegar qualquer espada – que pode ser uma palavra, um gesto, ou uma transformação radical, que custe lágrimas e talvez sangue – e sair à luta.
Dizer “sim” para o que o destino nos oferece significa acreditar que a gente merece algo parecido com crescer, iluminar-se, expandir-se, renovar-se, encontrar-se, e ser feliz.
Isto é: vencer a culpa, sair da sombra e expor-se a todos os riscos implicados, para finalmente assumir a vida.
Fazer suas escolhas, assinar embaixo, pagar os preços…e não se lamentar demais. Porque programamos o próprio destino a cada vez que, num tímido murmúrio ou num grande grito, a gente diz para si mesmo: “Sim!”

Lya Luft




Postado no blog alinelange.blogspot.com, AMEI.

sábado, 16 de abril de 2011

A verdade


A verdade é que o que dizemos não tem tanta importância.
Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida.
Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam.
O que você diz – com todo o respeito – é apenas o que você diz.


Martha Medeiros

sexta-feira, 15 de abril de 2011



"Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca e, se ficamos quietos, o que buscamos nos encontrará. É algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chegue, nada faças. Descansa. Tu verás o que acontece enquanto isto.”
Do livro "Mulheres que Correm com os Lobos" de Clarissa Pinkola.


(...) adorei.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

The time



Tempo.
Tão importante, mas de vez em quando até esquecemos que ele existe. Sei lá, na hora de amar, de ser feliz, ele passa tão rápido que parece que nem é de verdade.
Em compensação às vezes ele está tão presente que parece que ouvimos cada Tic-tac do relógio soar nos ouvidos.
Medo de envelhecer. De morrer. De que não passe. De que passe rápido demais.
O tempo dá medo mesmo.
Talvez não seja mesmo MEDO. Não sei bem o que é.
Só sei que tem horas que da vontade de eternizar certo TEMPO. Não o segundo em si, mas o tempo inteiro; Aquela hora; Aquele dia; Aquele ano. Áh, como foi bom aquele ano!
O tempo ruim também se torna bom... Geralmente quando esse tempo já faz parte do passado.
Algumas coisas se vão com o tempo: a face sem rugas, bunda empinada, visão, audição. É tanta coisa que nem sabemos o que realmente é importante.
Sei que importante mesmo é o que VEM com o tempo. O passado é tão importante quanto o presente e o futuro.
O que seria de nós sem nossas bagagens eternas? O primeiro dia de aula; Aquele verão inesquecível; O amor da adolescência ou da 3º idade; Aquela decepção que parecia a primeira, a segunda a terceira pior da sua vida.
Nossa! São tantas as lembranças, tantos tic-tac’s do relógio, passou-se tanto tempo... Mas parece que foi ontem.
O tempo é tão mortal quanto nós. Afinal, tudo termina quando termina o nosso tempo, seja aqui, seja ali. Mas jamais será tempo suficiente para sempre. (...)

Mayara PANDOLFI

terça-feira, 12 de abril de 2011

Familiares das vítimas da tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira.



Apenas já não somos mais crianças e desaprendemos a cantar. As cartas continuam queimando. Eu tentei pensar em Deus. Mas Deus morreu faz muito tempo. Talvez se tenha ido junto com o sol, com o calor. Pensei que talvez o sol, o calor e Deus pudessem voltar de repente, no momento exato em que a última chama se desfizer e alguém esboçar o primeiro gesto. Mas eles não voltarão. Seria bonito, e as coisas bonitas já não acontecem mais.”

Caio Fernando Abreu





domingo, 10 de abril de 2011

DE CARA LAVADA




Hoje me desfiz dos meus bens

vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos

O quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos

A tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos

A cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos

Aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que nós regamos

Coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que nós soubemos curar
mas que um dia vamos.

Martha Medeiros


Em todos os lugares que vi, este texto está como sendo de Martha,mas...
Como sempre... perfeito.

sexta-feira, 8 de abril de 2011


Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.
Clarice Lispector

terça-feira, 5 de abril de 2011

Existem duas dores de amor:




A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.


A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...

E só então a gente poderá amar, de novo.


MARTHA MEDEIROS

Selinho...


Cinco regrinhas básicas:
  1. Exiba a imagem do prêmio cima
  2. Post o link do blog que o premiou: http://desabandoempensamentoss.blogspot.com
  3. Publique as regras
  4. Indique 10 blogs para receberem
  5. Avise os indicados

Blogs que indico:

Desabando em pensamentoss
Aline Lange
Diary Frustrated
Silvinhahb "Entre Aspas"
Peripecias Momentaneas "amor e caos"
Doce Rouxinol Doce Mundo
Diarios de uma Desconhecida
Vorticelins
Anajacomo
Nora Lange


Bom e agradecer principalmente a Mona e a Ana Paula (Diaryfustrated) que me enviaram selinhos, fiquei muito muito muito feliz!!! Nesta lista estão mencionados os blogs que mais visito, e sou apaixonada hehe. Parabéns o blog de vocês são lindos.




quarta-feira, 30 de março de 2011

Absurdo



Hoje meu post é um desabafo.
Ainda em estado de revolta, escrevo e pesquiso sobre o assunto: A Orca Tilikum.
Para quem não se lembra em 2010 uma treinadora do parque Sea Wolrd se desequilibrou e caiu no tanque aonde estava a Orca Tilikum, e se afogou com os ‘golpes’ da orca que estava incontrolável.

Vou por aqui algumas citações sobre o caso.

"Uma de nossas mais experientes treinadoras de animais afogou-se em um incidente com uma de nossas orcas nesta tarde", informou Dan Brown, gerente-geral do SeaWorld.

"Este é um momento extremamente difícil para os parques SeaWorld", disse o gerente ao se referir ao ocorrido.

“Treinador do Sea World diz que shows ajudam a conscientizar pessoas."



Parques da rede SeaWorld nos EUA já haviam sido palco de incidentes anteriormente. Em novembro de 2006, o treinador Kenneth Peters, de 39 anos, foi mordido e levou vários 'caldos" de uma orca durante um show em San Diego, na Califórnia.

No site da globo esta tarde foi anunciada a volta dos Shows da Orca que ano passado “matou” sua treinadora no parque Sea World.
Não consigo acreditar que tamanha ignorância seja permitida. Após um ano do trágico acontecimento com a treinadora Dawn Brancheau, a orca Tilikum voltará a se apresentar. A minha indignação não é exclusivamente por essa orca. E sim pela centenas de animais como este que são mantidos em cativeiros abomináveis que tornam-se diversão para quem não tem um pingo de compaixão pelo animal.


“Confinar um animal de 5,5 toneladas em uma piscina é equivalente a confinar uma pessoa de 68 quilos em uma banheira de hidromassagem para o resto da vida”, afirmou ao G1 por e-mail a advogada Joyce Tischler, uma das fundadoras do Fundo de Defesa Legal dos Animais, que atua nos EUA.

É inacreditável que um animal lindo, cheio de instinto, que é capaz de viajar 160 quilômetros por dia, permaneça em um AQUARIO. Isso é praticamente obriga-lo a não ter controle.
Ninguém tem o direito de ADESTRAR alguém, ou qualquer coisa. Isso é exploração, é abuso. Um animal que sequer pode expressar suas necessidades, a não ser empinando o corpo para o alto, comendo alguns peixes, emitindo sons. Mas isso é claro, para uma gigantesca planteia.

Eu acredito sim que alguns animais percam o extinto, esqueçam-se como é ser livre. Alguns. E não 400 orcas. Isso é impossível. É um maltrato descarado.
Não quero bancar a moralista e nem julgar quem frequenta esse tipo de CIRCO DE HORROR, também não acho que tenha sido justo a morte da treinadora. Mas o que não entra na minha cabeça é alguém dizer amar um animal como este, e compactuar com tamanho absurdo.

O Sea Wolrd um dos mais famosos parques divulga ainda, que é um momento difícil para o parque; afinal uma orca matou uma das principais funcionarias.
E a orca? Quem se responsabiliza pela morte desse animal. Porque é provavelmente assim que ele se sente... morto.
Infelizmente o que eu digo, ou o que eu penso não pode mudar nada. Mas quem sabe um dia o mundo se conscientize, e assim poderemos ver animais como esses livres, e no ambiente que é deles por direito.

Fonte: Site o globo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Em tempos...

"viver é fácil com os olhos fechados"






"Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo."
Martha Medeiros

terça-feira, 22 de março de 2011

Medo de amar?


Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.


MARTHA MEDEIROS

sábado, 19 de março de 2011

Sou eu que começo?


"Sou eu que começo? Não sei bem o que dizer sobre mim.
Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam para um chá de fraldas e me sinto esquisita à beça usando um lencinho amarrado no pescoço.
Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo. Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu anti socialismo interno.
Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa, impulsiva e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos.
Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa.
Já o coração sempre foi gelatinoso, me deixa com as pernas frouxas diante de qualquer um que me convide para um chope. Faz eu dizer tudo ao contrário do que penso: Nessas horas não sei onde vão parar minhas ideias viris. Afino a voz, uso cinta-liga, faço strip-tease. Basta me segurar pela nuca e eu derreto, viro pão com manteiga, SIRVA-SE.
Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promiscua. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também."

Martha
Medeiros.


(...) Não posso deixar de agradecer pelas visitas que venho recebendo no meu blog, estou amando o reconhecimento!! Obrigada mesmo.

quinta-feira, 17 de março de 2011




Uma mulher infeliz por ter amor de menos,outra infeliz por ter amor demais,e o amor injustamente crucificado por ambas.

Coitado do amor, é sempre acusado de provocar dor,quando deveria ser reverenciado simplesmente por ter acontecido em nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve.

E se não foi, se permaneceu em nossa vida,aí é o luxo supremo.
Qualquer amor (até aqueles que a gente inventa) merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele, somos nós.



Martha Medeiros

terça-feira, 15 de março de 2011

Preguiça


Ando com preguiça de quase tudo... Quer dizer, acho que estou com preguiça de tudo sim.

De vez em quando nos damos ao luxo de sentir preguiça de pegar a tampa do desodorante que caiu faz semanas em baixo da cama, preguiça de trocar os lençóis... Afinal, o que que tem? Tomei banho todos os dias, meu cachorro que me acompanha também, tenho dormido sozinha mesmo. Deixa pra depois.
Preguiça de acordar. Trocar o toque do celular.
Preguiça de ligar para mãe, pro pai. Não é que eu não os ame, é que no momento pegar o celular, pensar no que falar; já me sinto até ofegante.
Até pensar anda me causando um certo cansaço.

Que absurdo! Me demonstro uma perfeita egoísta preguiçosa.

Mas é verdade, ás vezes a gente está assim mesmo. Não nessas mesmas situações, mas está.

Quero mudar... Ai! Trocar a cor do cabelo. Já fazem 18 primaveras que estou assim. Emagrecer 4 ou 5 quilos, mas isso necessitaria de exercícios físicos e no momento, eu não estou pra isso.

Acredito que preguiças como essas são até saudáveis, nos tiram dessa vida rotineira.
Acordar, tomar café, ir trabalhar ou estudar, na hora do almoço dar um Alô pra mãe. Toda sexta ou todo sábado trocar os lençóis, ou que seja qualquer dia, desde que seja toda semana.
Ai que saco! Deixa sujar, a casa, o quarto, deixa a mãe com saudade (pelo menos por algumas horas). O desodorante não vai secar sem a tampa (pelo menos não agora).

Mas o que não podemos deixar é que a preguiça nos tire a vontade de viver, sede de ser feliz... Preguiça de lutar então? Essa é inaceitável.
Não podemos ter preguiça de dizer ‘OBRIGADA’, não podemos ter preguiça de dizer ‘Eu te amo’, de pedir ajuda, e também de ajudar. Coisas como essas que ás vezes não fazemos por preguiça ou descaso.

Precisamos disso.

Deixe para ter preguiça no final de semana que você não trabalha. Deixe para ter preguiça na hora de brigar no transito, deixe para ter preguiça para se estressar com qualquer bobagem... Deixe a sua preguiça para hora de trocar os lençóis, mas troque uma vez por mês, também é saudável.



por M PANDOLFI

Pergunto-te onde se acha a minha vida.



Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada de uma verdade minha bem possuída.
Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.
E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida por esperanças hereditárias? E de cada pergunta minha vai nascendo a sombra imensa que envolve a posição dos olhos de quem pensa.

Já não sei mais a diferença de ti, de mim, da coisa perguntada, do silêncio da coisa irrespondida.



Cecília Meireles

segunda-feira, 14 de março de 2011

Amor


Eu te amo..

Como podemos definir com total certeza 7 letras que fazem tanta diferença em nossas vidas.. Ou podemos dizer 4, A M O R.

Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo

Amor... simples e fácil. Só se for a forma como se escreve...

Definir amor, é tão difícil como definir as teorias existenciais,religiões, crenças.

Fato! É praticamente impossível chegar a uma conclusão passiva & geral.

Podemos definir amor: O simples fato do olhar ou o tocar.

Podemos definir amor: Como abraço.. Carinho.. Sexo.

Podemos definir amor: Sentindo saudade, sentindo desejo.

Coisas fáceis demais, banais demais, comuns... O amor não é comum.

Mas nenhuma forma é mais eficaz de reconhecer amar sentindo sentimentos atormentadores,teoricamente ruins de se sentir...

Raiva. Raiva de não ter reconhecimento de pequenos detalhes, detalhes que só nós, parte principal afetada sabe qual é.

Medo. Medo de se decepcionar, uma,duas,outra vez. Ou o simples medo de perder alguém, de se sentir perdida, ou de nem conseguir imaginar-se acordar, se deitar sem ela. Um vazio, um nada, de novo.

Tristeza. Tristeza por se sentir ás vezes sozinha, por querer um cafuné... derramar lágrimas e lágrimas de incompreensões de enganos.

O amor não é perfeito. Se fosse perfeito não seria amor.
Quando se ama, uma parte (grande) do nosso cérebro se torna impotente, nosso lado racional é banido. Quando se ama qualquer gesto se torna um feito. Qualquer mínimo se torna extremo.

Mas é exatamente por essa parte banida que sentimos sensações inexplicáveis e únicas poucas vezes sentidas.

As vezes sinto-me apaixonada apenas por vê-lo piscar. Me sinto apaixonada lendo mensagens inusitadas pela manhã. Com o beijo de despedida, com o sentimento de me sentir querida,amada, necessária. Me sinto apaixonada sendo respeitada, ou levando bronca. Me sinto apaixonada me descabelando de ciúmes por qualquer bobagem. Me sinto apaixonada sentindo o seu perfume em meio a tantos cheiros diferentes do teu. Me sinto apaixonada quando longe percebo que nada é igual. Me sinto apaixonada quando olho pra traz e vejo que pouco do que passamos é suficiente pra continuar. Me sinto apaixonada quando percebo que já nem lembro como era minha vida antes de você chegar.

Mesmo assim ainda é difícil falar de amor.

As formas de demonstrar amor podem ser diferentes em cada casa,cada quarto, cada cidade e continente...

Mas no geral todos nós nascemos amando, e morremos amando. É inevitável.

Ás vezes amamos sem saber. Ás vezes amamos conscientes ou inconscientes. Amamos bem, amamos mal.

Mas de maneira alguma amamos errado, amar em si não é errado. Como vamos saber afinal de que forma amamos, como amamos, e SE REALMENTE amamos, se ainda nem conseguimos definir de fato O QUE É AMAR.



por M Pandolfi

sábado, 12 de março de 2011


Já faz algumas semanas que venho tentando falar de algo, e não passo da terceira linha.

Talvez eu esteja cansada de tentar não me comprometer com as palavras. Talvez pelo fato de querer tanto falar algo, sobre mim, sobre a vida, sobre o amor. Falar coisas que ultrapassem essas três linhas.

Bom, hoje particularmente é um dia difícil. Doze de março não me traz boas lembranças. Não é só fato de estar chovendo.Aliás, antes fosse.

Hoje faz cinco anos que ela se foi.

Engraçado. Cinco anos... Parece que foi ontem. Pelo menos eu sinto como se fosse.

É claro, não choro mais como chorava há cinco anos, não tenho mais o cabelo tão comprido, e também não sou tão magra quanto eu era. Mas mesmo assim parece que foi.

Assim como também parece que foi ontem que fiz 15 anos, e me achei a mulher mais madura do universo. Hoje com 3 anos a mais, as vezes ainda acho que sou, e dou risada.

O tempo muda. Não falo de estação, de segundo, ou de clima.

Falo de mudanças que quase ninguém vê. Aquela que você custou para conquistar, que não foi fácil, mas que ninguém percebe. Embora para você ela esteja estampada em sua face.

Mudanças como, não levar tudo tão a sério, rir mais de coisas pequenas, pensar mais em você, mudar a cor do esmalte.

Mudar de rumo, de cidade, de carro.

Nem sempre mudamos por vontade própria. As vezes a mudança vem de susto, nos obriga a engoli-la, fria, e a seco.

De uma hora para outra, é emprego novo,número novo, família nova, escola nova.

E o que fazemos com aquelas cartas antigas que só de lembrar nos enchem os olhos d’água?

O que fazer com amigos antigos, aquelas tardes brincando na rua?

O que fazer com as lembranças da Avó querida, da vida que tínhamos e da vida que queríamos ter?

O que fazer com a nostalgia que invade a alma, a casa, o peito?

Apenas aceitar.

Aceitar a mudança de clima, a mudança de emprego, de amor, se torna imensamente fácil quando nos deparamos com a impossibilidade de mudar o futuro, e o passado.Embora o tempo mude. Embora você mude, descubra o que fazer, o que falar... Existem coisas impossíveis de mudar.


por M PANDOLFI.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Não entendo.




Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O que você vê?



O que você vê nesta foto?

Tente responder a minha pergunta para si mesmo.
Acredito que quem não a conhece esteja imaginado que é mais uma modelo famosa, ou nem tão famosa assim. Ou quem sabe mais uma heroína do século XXI. Talvez a futura Marylin Monroe. Ou que ela seja até a filha da Dilma.

Não. Não é isso!

Agora eu vou lhe dizer o que eu vejo nessa foto:
Eu vejo uma mulher loira com pintas extremamente particulares e um olhar que... fala sério! Mas isso não é nenhuma novidade.
É muito mais do que isso. Essa mulher chama-se Alecia, mais conhecida como PINK, vencedora de vários grammy’s, 31 anos ,casada, mãe. Bom, mas não estou aqui bancando o Wikipédia.

O que eu sei mesmo é que essa foto para mim representa a imagem de uma mulher irreverente, que possui uma voz inigualável, voz que já me emocionou inúmeras vezes. E pra mim tanto faz qual a cor do cabelo dela, opção sexual ou se ela possui uma causa social. Talvez seja por isso que essa foto me cause diferentes sensações.

Mas se eu não dissesse tudo isso, você daria tanta importância assim?

Agora podemos falar sobre as diferentes formas de olhar as coisas... Seja olhar uma foto, uma cena, uma situação, a vida.

Hoje por exemplo, eu estava no ônibus vi uma jovem loira caminhando pela rua. Mas o que me chamou a atenção foi uma tatuagem que ela possuía.
Acredite, ela tinha tatuado na panturrilha um FUSCA AMARELO em um tamanho considerável.

De inicio me fiz a pergunta: “ O que leva alguém a tatuar um fusca”?

Refleti sobre essa tatuagem durante o caminho. E percebi como eu havia sido estupida. Só ela tinha a resposta, e lógico, não era da minha conta.

Talvez ela tivesse encontrado o grande amor da vida dela dirigindo um fusca. Talvez ela tivesse ganho na Tri Mania com os números da placa de um fusca. Talvez esse tenha sido o presente que seu pai lhe deu de aniversário de 15 anos. Talvez ela seja apenas uma pessoa criativa com um FUSCA AMARELO NA PANTURRILHA ORAS!

Mas o fato é que assim como eu imaginei dezenas de respostas sobre a razão da tatuagem daquela moça. Outros nem prestaram atenção nela.

As diferentes formas de ver as coisas fazem toda a diferença.
Há pessoas que dizem que Lealdade é mais importante do que Fidelidade. Realmente é relativo. Mas há Lealdade sendo infiel? Não sei.

Outros acham que o amor não enche barriga. É claro que não enche, o amor não se encontra no setor de ‘Frios’ do Supermercado nem na Padaria. Mas existe felicidade de barriga cheia e coração vazio? Acho que não.

Então acredito que as decisões que tomamos em nossas vidas, são apenas nossas. Não que eu pense que a opinião ‘alheia’ seja insignificante, mas acredito que ela possa SIM ser dispensável.
Sendo assim suponho que agora quem estiver lendo também não pense da mesma forma que eu, não sinta as coisas da mesma forma que eu. Mas também concorde que isso é realmente importante. Tão importante quanto ter um fusca tatuado na panturrilha!

M PANDOLFI.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

os meus, os seus, os nossos... SEGUIDORES.



Hoje enquanto tomava banho, e perdia mais centenas de milhões de fios de cabelo senti necessidade de retratar algo que vem me intrigando faz um bom tempo. É claro que isso ainda não me trouxe rugas ou cabelos brancos, mas... Enfim não vamos perder o foco.
Esses dias no meu trabalho (minha função não vem ao caso), minha colega me fez a seguinte pergunta:

- “ Pra quê serve o Twitter, Facebook?”

Em uma fração de segundos eu ‘bolei’ várias respostas convincentes para mostrar que todas essas ‘redes sociais’ eram realmente ÚTEIS(Pois possuo todas elas). Não achei nenhuma convincente o suficiente e preferi balançar os ombros e mudar de assunto.
Me lembrei de uma pergunta que deixei em branco na prova final de Geografia do Terceiro Ano; a pergunta era mais ou menos essa:

-“Você concorda que as redes sociais criadas na internet aproximam os povos? Por que?“

CARACA.. Esse ‘porque’ foi o que me fez deixar a questão em branco.

Hoje tirei uma conclusão. É claro que essa é a MINHA conclusão. Não estou aqui para influenciar,ou encaixar alguém nesse meu raciocínio...

Comecei a achar que não existe Rede Social alguma. O que existe realmente são pessoas que não querem de forma alguma serem esquecidas, ou parecerem antigas.
Não precisei jogar no Google para fazer o cálculo.

TWITTER:
Menos de 100 Seguidores = Exclua seu twitter, você não é nenhum pouco popular.
Mais de 500 seguidores = Vou seguir você, talvez você se torne o novo Colírio da Capricho.
Mais de 5.000 seguidores = Você é popular.
Mais de 50.000 seguidores = UAL.. Você pode bater o Luciano Huck. (que possui mais de 1000000 de seguidores).

Essas tal de ‘Redes Sociais’ são como viroses, elas contaminam... Você pode não achar a mínima graça, você pode esquecer as senhas de todas elas... Mas você possui. De alguma forma, e essa forma você nunca lembra qual foi...

É como aquela calcinha(cafona) fio dental, que você sequer tem coragem de usar porque se sente ridícula OU acha que poderia ter no mínimo 15kilos a menos pra caber naquilo.Mas mesmo assim você tem. Tá legal! VOCÊ pode não ter, mas, a sua vizinha ou melhor amiga com certeza sim. (RS...)

Termino esse post deixando claro que eu também possuo Login e Senha, dessas redes sociais. Mas fica a dica: Não se deixe levar por status, ter ou não mais de 10 seguidores não é o que realmente faz a diferença. Pelo menos não pra mim, no meu caso ainda nem passei de 65 Followers!

M PANDOLFI.