segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Envelhecer




“Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo.
Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível... A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'
Onde, não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas, mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se ‘mudança’.
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.
A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.
Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional.
Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...”


Lya Luft

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

I BELIEVE!!!




Eu acredito que exista sim a felicidade eterna.
Eu acredito sim que um dia eu vá encontrar alguém que vá fazer meu coração bater a mil por hora, e que isso não vai durar apenas algumas horas.
Eu acredito que um dia vou ver meus filhos casando, a casa cheia de netos.
Acredito me ver em uma ótima posição social, uma vida confortável e feliz.
Porém me pergunto: Porque acreditar nisso, significa acreditar em contos de fadas?
Será que nem acreditar eu posso?
Claro que posso!
Minha alma gêmea não precisa necessariamente vir montado em um cavalo branco, não precisa me salvar de um acidente fatal, muito menos precisamos nos conhecer ao se esbarrar em uma livraria. Aliás, minha alma gêmea também não precisa ser necessariamente uma pessoa. Minha alma gêmea pode ser meu amor ao próximo, meu desejo de paz, minha sede de viver. Minha alma gêmea pode ser o sol de cada dia...
O amor da minha vida não precisa amar ‘Crepúsculo’ e nem ler Martha Medeiros. O amor da minha vida não precisa gostar de tudo aquilo que eu ouço, e nem rir de todas as minhas piadas. Mas sim. Ele precisa me fazer rir.
Meus filhos também não serão capa das revistas da Johnson & Johnson.
Eu não espero me formar daqui a quatro anos, mas espero sim me formar!
Espero me formar por inteiro. Não quero me limitar, quero estar em constante mudança.
Pintar o cabelo de vermelho. Quem sabe um moicano verde?
Ué. Quem sabe!
Quero continuar querendo. Quero desejos. Quero brigar no transito. Quero tomar um banho de chuva depois do trabalho. Quero bater a meta todo mês. Quero ser uma fotografa consagrada. Quero que meu time sempre ganhe. Quero suar de tanto amor. Quero que me queiram. Quero alguém. Quero mais. Quero meu New Beetle amarelo, nem que quando eu o adquira ele pareça um fusca velho. Quero comprar toda a linha Victória Secret’s. Quero um nariz novo, novos seios, um novo pé.
Eu quero tudo que eu quero. E é pelo simples fato de eu acreditar que sei que boa parte disso pode sim se tornar real. Que não basta querer, é preciso ACREDITAR.
Acredite você também.
I BELIEVE!

M PANDOLFI.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

POR UM LONGO TEMPO



Por um longo tempo da minha vida tomei atitudes baseada na minha forma de pensar.
Não me lembro a quanto tempo faz, ou desde quando comecei a achar que a melhor maneira de se vingar de alguém seria fazer essa pessoa sofrer o mesmo que Eu. Acredito que eu não seja a única a pensar dessa forma.
Eu acreditava que alguém só me amaria de verdade se eu primeiro a esnobasse para a depois ama-la. Acreditava que alguém só me ouviria se eu usasse o grito como forma de me expressar. Eu acreditava que alguém sofrer por mim significava amor de verdade.
Definitivamente parei de pensar dessa forma.
Passei a acreditar que não existe melhor maneira de se vingar de alguém que te fez sofrer, a não ser mostrar alegria a ela.
Passei a crer que não sofremos porque não correspondem ao amor que doamos. E sim porque a maneira que nos retribuem não é a mesma que esperamos.
Passei a acreditar que amor nenhum é mais importante do que a paz interior, e que fazer alguém sofrer não é tão bom quanto parece, que a alegria de se sentir superior é tão instantânea que passa assim que vemos que nada mudou,o tempo não voltou, e que apenas paramos e vimos o tempo passar em vão.

M PANDOLFI.

terça-feira, 5 de outubro de 2010




Abri os olhos e vi. Vi que nem em mim mesma posso acreditar.
Eu me enganei... Me enganei da forma mais estúpida que um ser humano pode se enganar.
Pensei que pudesse mais do que a minha alma. Se é que você me entende.
Assegurei-me em meu corpo e segui caminhos sozinha.
Comecei histórias fantasiadas em uma vida que não era minha. Virei um personagem que nem eu mesma conheço. Talvez eu conheça. Talvez todas essas personagens fossem quem eu realmente gostaria de ser.
Agora é hora de acordar, tirar a maquiagem dessa vida de mentiras.
Chegou a hora de dar fim a essa trajetória.
E creio que a melhor maneira seja voltando ao início, sim, vamos voltar.
Tirar de dentro de mim aquele choro que está encubado, arrancar do peito todos os berros, e palavras que de tanto tempo ali, já nem sabem pra onde ir.
E eu, que pensava que podia superar tudo, acredito que eu tenha pensado até mesmo que podia o impossível.. Afinal,eu venho tentando o impossível durante todo esse tempo e nem percebi.
Nem percebi que de nada adianta fugir e fingir. Todos aqueles problemas de alguma forma ou de outra eles virão ao teu encontro. Literalmente!
E você, não saberá como encara-los e fugira igual a todas as outras vezes.
E assim, seguira fugindo, fugindo,fugindo... Até se deparar com você sentindo pena de si mesmo, por não saber mais uma vez o que fazer!

M. PANDOLFI

sábado, 2 de outubro de 2010

MODO DE USAR-SE



"Coitada, foi usada por aquele cafajeste". Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto a coitada em questão financiou algum malandro, ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lá, só sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentário. Mas não fiquei com pena da coitada, seja ela quem for.

Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.

Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer.

Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição – dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas.
Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurônios: pra todo o resto.

E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para conseguir uma passagem para a Patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida.

Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará. E você virará assunto de beira de praia.
Martha Medeiros

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

QUANDO ME AMEI DE VERDADE



Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!

Charles Chaplin

sábado, 11 de setembro de 2010




I am nothing now and it's been so long
Since I've heard a sound, the sound of my only hope

domingo, 29 de agosto de 2010

CICATRIZES



Hoje, Domingo, dia 29 de agosto de 2010 vi algo que despertou minha atenção por um bom tempo.
Sentada na sala da minha casa, me deparo com uma cena no mínimo engraçada. Vi uma mulher, de cabelos escuros e pele clara, praticando um ritual muito feminino... Ela se depilava com cera quente no meio da sala.
Nesse momento um filme passou na minha cabeça, me lembrei que essa mulher, mãe de dois filhos, que teve como pais todos os buracos que a derrubaram,estava sofrendo.
Não. Ela não sofria da dor de todos aqueles terríveis pelos que ela retirava com uma frieza assustadora. Ela sofria de um mal que atinge 10 de cada 10 pessoas. Ela sofria de amor não correspondido.
Ou devo dizer, de um sonho não concluído?
Foi aí, que me perguntei. Até que ponto a dor que sentimos na carne se torna mínima comparada a dor da perda, da decepção, da desilusão ou ilusão.
Não precisei nem pesquisar sobre o assunto, para perceber que vai até onde, nem mesmo nós sabemos. Essa dor se instala em um músculo minúsculo, essa dor nos confundi entre Cabeça e Coração. Não sabemos em qual dos dois ela mora.
Talvez ela more nos dois.
Talvez ela more entre nossos dedos, nos fios de nosso cabelo. Na sobrancelha, nos cílios.
Não importa. De nada adianta os cientistas passarem anos pesquisando em que lugar do nosso cérebro estão os neurônios responsáveis pelas sensações e sentimentos se eles jamais irão saber como tira-los de lá.
A dor de amor é crônica. Ela não escolhe suas vitimas. Todos nós temos a nossa, e a única coisa que podemos fazer é esperar que o tempo feche as feridas e que elas cicatrizem.
Mas jamais confunda. O tempo pode cicatrizar os cortes mais profundos. Mas as cicatrizes, essas estarão sempre ali. Você pode até fazer uma plástica nas cicatrizes da pele. Mas aquelas que ficam no fundo de nossa alma, essas são para sempre!

M Pandolfi.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

SEJA BEM VINDO AO NOVO.



Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Não espere que: devolvam algo, que reconheçam o seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir ao mesmo programa. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo.
Nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é." Estamos em constante transformação!!!

Autor desconhecido.

domingo, 8 de agosto de 2010

EM PLENA DESORDEM



Tem dias que acordo meio insana, tem dias que eu acordo meio má.
Tem dias em que eu prefiro ouvir sussurros, mas tem dias em que eu prefiro gritar.
Tem dias em que eu quero a brisa leve, o cheiro do mar... Mas também tem dias em que tudo o que eu mais queria era um lugar pequeno com bastante barulho e um canto só pra mim, para que assim ninguém ouvisse os gritos desaforados que vinham da minha mente.
Hoje acordei sentindo que nada estava no lugar, senti como se eu estivesse deslocada. Olhei ao meu redor e vi roupas espalhadas, os brincos sem os pares e percebi que não estava em casa.
Peguei minha jaqueta, lavei os olhos e trilhei o caminho de volta. Quando abri a porta da minha suposta casa, também encontrei tudo fora do lugar. A cama desfeita, o armário um caos, o banheiro então, nem se fale.
Prendi meu cabelo,guardei os brincos e comecei pela cama, depois pelo armário, o banheiro eu deixei para depois, já era hora do almoço.
Sentei-me a mesa, tentei não reparar em nada,mas algo me tirou a atenção.
Foi ai então que eu senti uma revolta súbita, senti como se todos estivessem conspirando contra mim, quando me deparei com a mesa desfeita os pratos desordenados e os copos que ainda permaneciam no armário.
Deixei para almoçar em outro momento. Deitei-me na cama, e não parei um segundo sequer de mencionar a mim o que estava fora do lugar. Em meio a uma lista interminável, percebi que estava citando repetitivamente o meu próprio nome.
Percebi que quem estava no local errado era eu, e não o porta retrato que há um ano sempre esteve ali, o urso que de tão imóvel já faz parte de uma cena constante.
Percebi que não bastava eu dobrar as roupas ou então organizar os pratos se eu não organizasse a mim.
Levantei-me, tomei um banho desorganizado, vesti minha blusa cinza, a bota marrom e fui tentar me localizar. Fui tentar me por no lugar, encontrar o eixo. Tudo em vão. Não só dei voltas e voltas em torno do mesmo eixo, como esqueci o caminho pra voltar.
Esqueci o caminho para encontrar a porta. Então comecei a procurar uma saída, mas me deparei com várias. Entre todas aquelas portas,encontrei uma fresta, a única porta que estava aberta.
Mais curiosa do que com medo, pus a mão na maçaneta. Parei para olhar o chão,pensar se deveria entrar com o pé direito, afinal um pouco de superstição não faz mal a ninguém. Então o fiz assim. Entrei com os olhos automaticamente fechados. Depois de tantas tentativas frustradas de olhar, tomei impulso e abri os olhos.
Não havia nada, em nenhuma daquelas salas eu encontrei sequer um grão de areia, um vestígio de que alguém também já havia vivenciado aquilo,passado por ali. Não havia ninguém que pudesse me dizer o que achou do clima daqueles lugares, não havia ninguém que poderia me contar que atrás de todas aquelas paredes haviam pessoas que conseguiram abrir uma fresta,não havia ninguém para me dizer que encontrou a saída. Havia apenas eu,dentro de toda minha complexidade,havia apenas eu para dar meia volta e seguir viagem.
Até que ouvi vozes, que soavam distantes de mim e um cutucão. Então, mesmo sonolenta, me dei conta de que eu estava sim em um lugar com bastante barulho e um canto só pra mim. Dei me conta de que eu estava era dentro de mim mesma e com uma imensa vontade de que todos ouvisse os gritos desesperados de minha mente que ainda não havia encontrado a saída.
Os gritos desesperados e sem nenhum pudor dizendo que eu queria mesmo gritar,dizendo que eu queria mesmo era ser ouvida.
Mas garanto a você, acredito que isso vá demorar.

M PANDOLFI.

sábado, 7 de agosto de 2010

A VINGANÇA E A RECONCILIAÇÃO PENOSA



Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu , que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.


Clarice Lispector. Para não esquecer pág 108.
Extraído de alinelange.blogspot.com ;)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

AS POSSIBILIDADES PERDIDAS



Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: "Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive".
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.

MARTHA MEDEIROS

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mais um 'Era uma vez..."



Era uma vez uma garota,era uma vez um garoto. Era uma vez,um tempo em que se podia acreditar em finais felizes, era uma vez um tempo em que se podia simplesmente ACREDITAR.
Era uma vez,alguém que acreditava que podia sim,superar a dor. Reconstruir um coração. Que podia,voltar a sorrir.
Era uma vez alguém que achou que era feliz. Era uma vez alguém que era feliz e não sabia. Era uma vez alguém que não sabia ser feliz.
Uma vez, chorando em frente ao computador, peguei papel e caneta, e comecei a descrever cada lágrima que dos meus olhos caia, cada rangida que minha boca fazia.
Uma vez rezando em minha cama,pedi a Deus que força me desse, que qualquer luz que fosse me iluminasse, que qualquer estrada se abrisse.
Uma vez de joelhos sozinha dentro de um banheiro com pouca luz, me vi pequena,vi meu interior saindo por feridas que resolveram aparecer. Vi cada tropeço se tornarem um tombo só. E que tombo!
Foi ai,que um dia eu percebi que não adiantou de nada...Não adiantou eu ter sido boa,não adiantou eu ter tentando esquecer,não adiantou apagar a luz, porque os monstros só aparecem no escuro. E ele apareceu pra mim... Não era um monstro fisicamente feio,não cheirava mal,ele também não ria de mim. Ele apenas acendeu a luz, acendeu todas as luzes da minha ‘casa’, me pegou pelo braço e me levou diante de um espelho e me disse:
“O que pretendes?”
“Aonde você vai chegar?”
Com tantas cenas ensaiadas com tantos textos decorados, eu simplesmente disse:
“Eu não sei.”
Porque eu realmente não sabia, eu não sabia como havia chegado tão longe, eu não sabia quanto tempo fazia que eu não me olhava no espelho,por quanto tempo andei no escuro. Andei no escuro, e sai do meu caminho. Andei no escuro,porque eu queria. Eu andei na escuridão,porque a luz me assustava,por que eu sabia que ao acender as luzes, eu teria que me olhar, e responder a mim mesma: Até quando?
Ainda não sei o que responder ao monstro. Mas agora o que eu sei, é o seu nome. VERDADE!
Por M. Pandolfi.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

PENHASCOS





Cabe a nós, seres minimalistas perguntarmos a nós mesmo “ Porque evitar tanto”?
Porque não fazer igual a Bella personagem de um grande Best Seller,se jogou de um penhasco apenas para sentir-se protegida por seu grande amor, que havia lhe abandonado meses antes? Teoricamente falando,não digo realmente jogar-se de cabeça de um penhasco,até porque seria isso um suicídio e não apenas uma aventura. Afinal, se pensarmos bem, nos jogamos de vários penhascos diariamente.
Quando nos apaixonamos por exemplo, nada mais suicida do que entregar-se a um estranho que provavelmente ira abandonar você depois de descobrir que você é alérgica a cerveja e abomina a idéia de torcer para o Palmeiras.
Nos jogamos de penhascos bem mais cruéis do que aquele do filme,no qual Bella é salva por um moreno alto,agraciado por belos músculos e um sorriso covardemente irresistível. Os penhasco do qual eu falo, são aqueles que não nos ferem fisicamente, mas deixam hematomas,quebram-nos membros e nos deixam dilacerados por dentro. Aqueles penhascos que destroem muito mais do que um belo rosto,ou músculos, destroem sentidos,caminhos,estradas.
Mas todo penhasco por pior que seja,por mais alto, por mais rígido,todo penhasco possui um final,o chão. Penhasco nenhum nos impede de começar de novo. Penhasco nenhum nos impede de escalar as paredes,de tomar impulso,encontrar a estrada e caminhar novamente,até encontrar outro.
Não adianta de nada mudar de rumo,trocar de tênis, ou pegar um avião... Sempre haverão penhascos, e penhascos. Não os evite, por mais que você não deseje jogar-se de cabeça, quando você menos esperar ira sentir a brisa no rosto, o braços flutuando, o frio na barriga que lhe fará pensar “Quero encontrar o chão”, e quando seu desejo for atendido quando encontrares o chão, não esqueça, saia da sombra, não deixe que as paredes aumentem. Não deixe que o medo prenda seus pés,paralise seus braços.Não cave um buraco maior,lembre-se você já esta no chão.
Você pode muito mais. Amarre o cadarço, levante a manga da camisa, e escale...Escale... E, escale. Quando deres conta já estarás no céu.

Por M. Pandolfi.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A PRINCÍPIO




De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos,sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário,queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par e não como pares? Ter um parceiro constante, não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo a expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

MARTHA MEDEIROS

domingo, 25 de julho de 2010



Cuidado com o que você fala, entre aqueles que não dizem nada; Poucos ficam em silêncio.


Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias..
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

Martha Medeiros

sexta-feira, 23 de julho de 2010





DEFICIÊNCIA


Já andei por tantos caminhos e já vivi tantas coisas, que hoje vejo que o preconceito e discriminação estão em cada um de nós, e cabe a nós quebrá-los para que possamos viver numa sociedade mais justa e humana.

Hoje posso afirmar que:
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E "Miserável" somos todos que não conseguimos falar com Deus.

Por: Renata Vilela

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A PORTA DO LADO





Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a
gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos
que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos
mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.

E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente...

É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na
garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de
simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua
vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.

Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a
abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de
algumas pessoas melhor, e de outras, pior.

Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos,
mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.

Será que nada dá errado pra eles? Dá aos montes. Só que, para
eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor
diferença.

O que não falta neste mundo é gente que se acha o último
biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca
ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga
e não deixam barato.

Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente.
O mundo versus eles.

Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.
É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema
solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser
resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido
de desculpas, um deixar barato.

Eu ando deixando de graça... Pra ser sincero, vinte e quatro
horas têm sido pouco prá tudo o que eu tenho que fazer, então não vou
perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.

Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e
gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a
"porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.

Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do
bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros
dá errado."

Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não
estrague o seu dia... Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.
Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto,
sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.
A "Porta do lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída... Experimente!
Por Dráuzio Varella