quarta-feira, 30 de março de 2011

Absurdo



Hoje meu post é um desabafo.
Ainda em estado de revolta, escrevo e pesquiso sobre o assunto: A Orca Tilikum.
Para quem não se lembra em 2010 uma treinadora do parque Sea Wolrd se desequilibrou e caiu no tanque aonde estava a Orca Tilikum, e se afogou com os ‘golpes’ da orca que estava incontrolável.

Vou por aqui algumas citações sobre o caso.

"Uma de nossas mais experientes treinadoras de animais afogou-se em um incidente com uma de nossas orcas nesta tarde", informou Dan Brown, gerente-geral do SeaWorld.

"Este é um momento extremamente difícil para os parques SeaWorld", disse o gerente ao se referir ao ocorrido.

“Treinador do Sea World diz que shows ajudam a conscientizar pessoas."



Parques da rede SeaWorld nos EUA já haviam sido palco de incidentes anteriormente. Em novembro de 2006, o treinador Kenneth Peters, de 39 anos, foi mordido e levou vários 'caldos" de uma orca durante um show em San Diego, na Califórnia.

No site da globo esta tarde foi anunciada a volta dos Shows da Orca que ano passado “matou” sua treinadora no parque Sea World.
Não consigo acreditar que tamanha ignorância seja permitida. Após um ano do trágico acontecimento com a treinadora Dawn Brancheau, a orca Tilikum voltará a se apresentar. A minha indignação não é exclusivamente por essa orca. E sim pela centenas de animais como este que são mantidos em cativeiros abomináveis que tornam-se diversão para quem não tem um pingo de compaixão pelo animal.


“Confinar um animal de 5,5 toneladas em uma piscina é equivalente a confinar uma pessoa de 68 quilos em uma banheira de hidromassagem para o resto da vida”, afirmou ao G1 por e-mail a advogada Joyce Tischler, uma das fundadoras do Fundo de Defesa Legal dos Animais, que atua nos EUA.

É inacreditável que um animal lindo, cheio de instinto, que é capaz de viajar 160 quilômetros por dia, permaneça em um AQUARIO. Isso é praticamente obriga-lo a não ter controle.
Ninguém tem o direito de ADESTRAR alguém, ou qualquer coisa. Isso é exploração, é abuso. Um animal que sequer pode expressar suas necessidades, a não ser empinando o corpo para o alto, comendo alguns peixes, emitindo sons. Mas isso é claro, para uma gigantesca planteia.

Eu acredito sim que alguns animais percam o extinto, esqueçam-se como é ser livre. Alguns. E não 400 orcas. Isso é impossível. É um maltrato descarado.
Não quero bancar a moralista e nem julgar quem frequenta esse tipo de CIRCO DE HORROR, também não acho que tenha sido justo a morte da treinadora. Mas o que não entra na minha cabeça é alguém dizer amar um animal como este, e compactuar com tamanho absurdo.

O Sea Wolrd um dos mais famosos parques divulga ainda, que é um momento difícil para o parque; afinal uma orca matou uma das principais funcionarias.
E a orca? Quem se responsabiliza pela morte desse animal. Porque é provavelmente assim que ele se sente... morto.
Infelizmente o que eu digo, ou o que eu penso não pode mudar nada. Mas quem sabe um dia o mundo se conscientize, e assim poderemos ver animais como esses livres, e no ambiente que é deles por direito.

Fonte: Site o globo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Em tempos...

"viver é fácil com os olhos fechados"






"Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo."
Martha Medeiros

terça-feira, 22 de março de 2011

Medo de amar?


Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.


MARTHA MEDEIROS

sábado, 19 de março de 2011

Sou eu que começo?


"Sou eu que começo? Não sei bem o que dizer sobre mim.
Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam para um chá de fraldas e me sinto esquisita à beça usando um lencinho amarrado no pescoço.
Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo. Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu anti socialismo interno.
Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa, impulsiva e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos.
Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa.
Já o coração sempre foi gelatinoso, me deixa com as pernas frouxas diante de qualquer um que me convide para um chope. Faz eu dizer tudo ao contrário do que penso: Nessas horas não sei onde vão parar minhas ideias viris. Afino a voz, uso cinta-liga, faço strip-tease. Basta me segurar pela nuca e eu derreto, viro pão com manteiga, SIRVA-SE.
Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promiscua. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também."

Martha
Medeiros.


(...) Não posso deixar de agradecer pelas visitas que venho recebendo no meu blog, estou amando o reconhecimento!! Obrigada mesmo.

quinta-feira, 17 de março de 2011




Uma mulher infeliz por ter amor de menos,outra infeliz por ter amor demais,e o amor injustamente crucificado por ambas.

Coitado do amor, é sempre acusado de provocar dor,quando deveria ser reverenciado simplesmente por ter acontecido em nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve.

E se não foi, se permaneceu em nossa vida,aí é o luxo supremo.
Qualquer amor (até aqueles que a gente inventa) merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele, somos nós.



Martha Medeiros

terça-feira, 15 de março de 2011

Preguiça


Ando com preguiça de quase tudo... Quer dizer, acho que estou com preguiça de tudo sim.

De vez em quando nos damos ao luxo de sentir preguiça de pegar a tampa do desodorante que caiu faz semanas em baixo da cama, preguiça de trocar os lençóis... Afinal, o que que tem? Tomei banho todos os dias, meu cachorro que me acompanha também, tenho dormido sozinha mesmo. Deixa pra depois.
Preguiça de acordar. Trocar o toque do celular.
Preguiça de ligar para mãe, pro pai. Não é que eu não os ame, é que no momento pegar o celular, pensar no que falar; já me sinto até ofegante.
Até pensar anda me causando um certo cansaço.

Que absurdo! Me demonstro uma perfeita egoísta preguiçosa.

Mas é verdade, ás vezes a gente está assim mesmo. Não nessas mesmas situações, mas está.

Quero mudar... Ai! Trocar a cor do cabelo. Já fazem 18 primaveras que estou assim. Emagrecer 4 ou 5 quilos, mas isso necessitaria de exercícios físicos e no momento, eu não estou pra isso.

Acredito que preguiças como essas são até saudáveis, nos tiram dessa vida rotineira.
Acordar, tomar café, ir trabalhar ou estudar, na hora do almoço dar um Alô pra mãe. Toda sexta ou todo sábado trocar os lençóis, ou que seja qualquer dia, desde que seja toda semana.
Ai que saco! Deixa sujar, a casa, o quarto, deixa a mãe com saudade (pelo menos por algumas horas). O desodorante não vai secar sem a tampa (pelo menos não agora).

Mas o que não podemos deixar é que a preguiça nos tire a vontade de viver, sede de ser feliz... Preguiça de lutar então? Essa é inaceitável.
Não podemos ter preguiça de dizer ‘OBRIGADA’, não podemos ter preguiça de dizer ‘Eu te amo’, de pedir ajuda, e também de ajudar. Coisas como essas que ás vezes não fazemos por preguiça ou descaso.

Precisamos disso.

Deixe para ter preguiça no final de semana que você não trabalha. Deixe para ter preguiça na hora de brigar no transito, deixe para ter preguiça para se estressar com qualquer bobagem... Deixe a sua preguiça para hora de trocar os lençóis, mas troque uma vez por mês, também é saudável.



por M PANDOLFI

Pergunto-te onde se acha a minha vida.



Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada de uma verdade minha bem possuída.
Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.
E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida por esperanças hereditárias? E de cada pergunta minha vai nascendo a sombra imensa que envolve a posição dos olhos de quem pensa.

Já não sei mais a diferença de ti, de mim, da coisa perguntada, do silêncio da coisa irrespondida.



Cecília Meireles

segunda-feira, 14 de março de 2011

Amor


Eu te amo..

Como podemos definir com total certeza 7 letras que fazem tanta diferença em nossas vidas.. Ou podemos dizer 4, A M O R.

Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo

Amor... simples e fácil. Só se for a forma como se escreve...

Definir amor, é tão difícil como definir as teorias existenciais,religiões, crenças.

Fato! É praticamente impossível chegar a uma conclusão passiva & geral.

Podemos definir amor: O simples fato do olhar ou o tocar.

Podemos definir amor: Como abraço.. Carinho.. Sexo.

Podemos definir amor: Sentindo saudade, sentindo desejo.

Coisas fáceis demais, banais demais, comuns... O amor não é comum.

Mas nenhuma forma é mais eficaz de reconhecer amar sentindo sentimentos atormentadores,teoricamente ruins de se sentir...

Raiva. Raiva de não ter reconhecimento de pequenos detalhes, detalhes que só nós, parte principal afetada sabe qual é.

Medo. Medo de se decepcionar, uma,duas,outra vez. Ou o simples medo de perder alguém, de se sentir perdida, ou de nem conseguir imaginar-se acordar, se deitar sem ela. Um vazio, um nada, de novo.

Tristeza. Tristeza por se sentir ás vezes sozinha, por querer um cafuné... derramar lágrimas e lágrimas de incompreensões de enganos.

O amor não é perfeito. Se fosse perfeito não seria amor.
Quando se ama, uma parte (grande) do nosso cérebro se torna impotente, nosso lado racional é banido. Quando se ama qualquer gesto se torna um feito. Qualquer mínimo se torna extremo.

Mas é exatamente por essa parte banida que sentimos sensações inexplicáveis e únicas poucas vezes sentidas.

As vezes sinto-me apaixonada apenas por vê-lo piscar. Me sinto apaixonada lendo mensagens inusitadas pela manhã. Com o beijo de despedida, com o sentimento de me sentir querida,amada, necessária. Me sinto apaixonada sendo respeitada, ou levando bronca. Me sinto apaixonada me descabelando de ciúmes por qualquer bobagem. Me sinto apaixonada sentindo o seu perfume em meio a tantos cheiros diferentes do teu. Me sinto apaixonada quando longe percebo que nada é igual. Me sinto apaixonada quando olho pra traz e vejo que pouco do que passamos é suficiente pra continuar. Me sinto apaixonada quando percebo que já nem lembro como era minha vida antes de você chegar.

Mesmo assim ainda é difícil falar de amor.

As formas de demonstrar amor podem ser diferentes em cada casa,cada quarto, cada cidade e continente...

Mas no geral todos nós nascemos amando, e morremos amando. É inevitável.

Ás vezes amamos sem saber. Ás vezes amamos conscientes ou inconscientes. Amamos bem, amamos mal.

Mas de maneira alguma amamos errado, amar em si não é errado. Como vamos saber afinal de que forma amamos, como amamos, e SE REALMENTE amamos, se ainda nem conseguimos definir de fato O QUE É AMAR.



por M Pandolfi

sábado, 12 de março de 2011


Já faz algumas semanas que venho tentando falar de algo, e não passo da terceira linha.

Talvez eu esteja cansada de tentar não me comprometer com as palavras. Talvez pelo fato de querer tanto falar algo, sobre mim, sobre a vida, sobre o amor. Falar coisas que ultrapassem essas três linhas.

Bom, hoje particularmente é um dia difícil. Doze de março não me traz boas lembranças. Não é só fato de estar chovendo.Aliás, antes fosse.

Hoje faz cinco anos que ela se foi.

Engraçado. Cinco anos... Parece que foi ontem. Pelo menos eu sinto como se fosse.

É claro, não choro mais como chorava há cinco anos, não tenho mais o cabelo tão comprido, e também não sou tão magra quanto eu era. Mas mesmo assim parece que foi.

Assim como também parece que foi ontem que fiz 15 anos, e me achei a mulher mais madura do universo. Hoje com 3 anos a mais, as vezes ainda acho que sou, e dou risada.

O tempo muda. Não falo de estação, de segundo, ou de clima.

Falo de mudanças que quase ninguém vê. Aquela que você custou para conquistar, que não foi fácil, mas que ninguém percebe. Embora para você ela esteja estampada em sua face.

Mudanças como, não levar tudo tão a sério, rir mais de coisas pequenas, pensar mais em você, mudar a cor do esmalte.

Mudar de rumo, de cidade, de carro.

Nem sempre mudamos por vontade própria. As vezes a mudança vem de susto, nos obriga a engoli-la, fria, e a seco.

De uma hora para outra, é emprego novo,número novo, família nova, escola nova.

E o que fazemos com aquelas cartas antigas que só de lembrar nos enchem os olhos d’água?

O que fazer com amigos antigos, aquelas tardes brincando na rua?

O que fazer com as lembranças da Avó querida, da vida que tínhamos e da vida que queríamos ter?

O que fazer com a nostalgia que invade a alma, a casa, o peito?

Apenas aceitar.

Aceitar a mudança de clima, a mudança de emprego, de amor, se torna imensamente fácil quando nos deparamos com a impossibilidade de mudar o futuro, e o passado.Embora o tempo mude. Embora você mude, descubra o que fazer, o que falar... Existem coisas impossíveis de mudar.


por M PANDOLFI.